Talvez no tempo dos nossos avós o alinhamento de valores pessoais e profissionais não fosse necessário, afinal, o trabalho era apenas um meio de conseguir condições financeiras suficientes para ter uma vida confortável, prover recursos para a família e ter uma aposentadoria. Ou seja, nossos avós trabalhavam duro, sob quaisquer circunstancias prioritariamente em troca do dinheiro, o que nos proporcionou, anos depois, chegarmos aonde estamos.
Hoje, falamos de algo muito mais profundo! Quando recebemos uma proposta de emprego, colocamos na balança muito mais variáveis. Ainda bem!
Não trabalhamos mais unicamente em troca de dinheiro! Precisamos de mais! Queremos ser respeitados como pessoas, queremos (e precisamos) ter uma vida plena que não seja conflitante com a vida profissional.
Por muito tempo as empresas tinham por prática pendurar nas paredes um quadro bonito com Missão, Visão e Valores. Bonito, mas ordinário! Eu mesmo já tive que decorar missão, visão e valores de uma empresa, apenas para o caso de ser auditado! E, na minha visão (ops!), acredito que essas definições serviam apenas para auditorias. Por que o dia a dia da empresa estava repleto de ações que demonstravam uma visão míope em que os valores eram distorcidos por completo.
A geração que domina o mercado de trabalho hoje não acredita mais nesses quadros pendurados nas paredes; não aceitamos mais que um discurso vazio seja substituído por ações incoerentes; cada vez mais, queremos ser reconhecidos e valorizados por quem realmente somos, sem máscaras corporativas.
Você já deve ter conhecido alguém que declinou de uma proposta de emprego ou que procurou sair de uma empresa por perceber que os valores organizacionais estavam desalinhados com os pessoais. É possível que você mesmo tenha tomado esta atitude!
É provável que você nunca tenha pensado nos seus valores, da mesma forma como as empresas fazem. Então, como podemos identificar e listar nossos valores pessoais?
Autoconhecimento é fundamental para identificar quem realmente somos e se essa pessoa vai se encaixar em uma determinada empresa. Você pode fazer um exercício bastante simples, seguindo, com sinceridade, os quatro passos abaixo:
1. Quais são seus objetivos? Por que eles são importantes para você e o que sentimentos a sua realização trará para você?
2. O que é importante para você? Pensar em cada uma dessas coisas trazem que sentimentos?
3. Coloque tudo o que é importante para você em uma ordem: o que você não consegue viver sem e o que pode abrir mão, mesmo que temporariamente?
4. Quais são seus comportamentos indesejados? Eles te trazem algum benefício?
Este simples exercício vai te ajudar a se conhecer melhor, definindo de maneira clara o que te motiva. Lembre-se: valores determinam atitudes e comportamentos atendem aos valores.
E qual seria a vantagem de alinhar os valores pessoais com os profissionais?
Bem, quando você se casa ou mesmo namora com alguém, é quase regra que a pessoa que estará ao seu lado será aquela que tem os valores mais próximos dos seus e que tenha o mínimo (ou nenhum) de valores conflitantes. O relacionamento com o trabalho é como um relacionamento afetivo: você não consegue ficar muito tempo ao lado de quem não compartilha as mesmas ideias que você. É natural!
Se liberdade é algo muito importante pra você, nem em um milhão de anos você seria feliz em um ambiente em que seu horário é rigidamente controlado, certo?
Então é por isso que existem tantas pessoas infelizes no trabalho?
Sim, de modo geral! Existe uma guerra diária entre dor e alegria, frustração e encantamento. O que nos diferencia, muitas vezes, reside em como lidamos com essa luta interior.
Se você não aprova a forma como sua empresa te trata, depende mais de você do que da empresa tomar alguma ação para mudar isso. Você tem, basicamente, duas opções: reclamar ou agir!
Sobre reclamar, eu confesso: Eu ouço o que as pessoas conversam no transporte público! E eu ouço muita gente apenas reclamando! Reclamam do chefe, da empresa, do colega, da Dilma, do vento que desmanchou o cabelo… Um mimimi sem fim!
Não estou dizendo que a gente não pode reclamar! Reclamar é legal, engraçado e até socializador! Mas reclamar o tempo todo pode até te afastar das pessoas do seu convívio. Ninguém quer ficar muito tempo debaixo da nuvem negra que você mesmo criou e está alimentando.
Mas você pode agir! Você pode chamar aquele colega que tomou uma atitude que não aprova para um café, para dar um feedback! Você pode tentar entender com o seu chefe por que tanta rigidez com os horários! Você pode procurar outro emprego!
Eu não posso!
Pode, sim! Aí entra outra questão, abordada de forma brilhante pela Annelise Gripp, em sua palestra sobre Crenças Limitantes para o Agile Brazil 2014. Tão brilhante que nem vou entrar no assunto!
O que importa aqui é ter em mente que, sem conflitos, você não cresce. Use seus conflitos para tomar ações que proporcionem sua evolução. Use seus valores para te impulsionar! Vá atrás dos teus sonhos, dos teus valores e ideais. Seus valores podem mudar o mundo. Acredite nisso, sem medo!
Sensacional, profundo, inspirador e aplicável.
Parabens!
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Obrigado!!
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