Cliente X Fornecedor X Scrum

Image courtesy of   imagerymajestic, via FreeDigitalPhotos.net
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Scrum é bacana! Kanban traz à tona os problemas e gargalos do processo produtivo!

É inegável o número de vantagens que vêm junto com a adoção de metodologias ágeis. Tenho lido bastante casos de sucesso da adoção das metodologias. Mas a maioria destes casos acontecem quando tudo é feito em casa. Ou seja, desenvolvimento de produtos ou uma área de TI de uma empresa, cujo cliente é interno, outra área.

E quando se fala na famosa relação cliente – fornecedor? Uma coisa é você engajar a sua empresa inteira em busca de um objetivo. Outra coisa completamente diferente é você convencer o seu cliente que ele vai ter uma série de obrigações durante o projeto. Ok, tais obrigações agregam valor ao produto e faz com que este seja muito mais aderente ao desejo do cliente. Mas, quando uma empresa busca um fornecedor, uma fábrica de software para resolver o seu problema, a impressão que tenho é que o cliente transfere completamente a responsabilidade do produto para o fornecedor.

É como se o fornecedor tivesse a obrigação de ler todos os pensamentos do cliente e conceber um produto aderente ao negócio, com interface amigável e simples de usar, com o mínimo de interação do cliente. Durante o desenvolvimento, prestação de contas é o que basta. Existe uma crença (sem sentido, na minha visão) que é mais válido para o cliente receber um relatório detalhado de atividades em dia em comparação com um cronograma do que ver o produto funcionando.

Tive oportunidade de participar de um projeto há alguns anos em que uma das principais stakeholders nunca tinha tempo de participar das reuniões de levantamento. Ela confiava que o que a equipe diria seria aderente com os desejos dela. O projeto correu conforme esperado, dentro do cronograma. No dia da entrega, a stakeholder estava lá, sedenta por seu produto, que iria facilitar seu dia. Eu pessoalmente fiz a apresentação da aplicação, a equipe toda ficou empolgada. No final de tudo, a querida stakeholder se pronunciou:

Não era isso que eu precisava!

A sala inteira parou, girou, calou. Passamos meses desenvolvendo um produto que tinha a visão da equipe, mas não tinha a visão do negócio em uma das sua funcionalidades principais.

Este é um caso clássico dessa transferência de responsabilidade. O cliente transferiu para pessoas que não conheciam plenamente o negócio. Hoje penso que se este projeto tivesse utilizado o Scrum, ele teria sido diferente. Mas teria mesmo sido diferente? Um dos stakeholders principais não se comprometeu com o projeto e será que teria se comprometido mais? Como fornecedor, eu não poderia invadir a empresa cliente e obriga-lo a me receber para planejamentos e revisões.

Scrum e qualquer metodologia ágil funciona quando há o compromisso de todos os envolvidos. Conseguir este apoio e disponibilidade de um cliente externo é bastante difícil. Este é um questionamento que tenho feito constantemente e não consegui chegar a uma única conclusão.

E você, já passou por este tipo de problema? Como conseguiu, sendo fornecedor, utilizar o Scrum e obter o comprometimento do cliente, com uma metodologia que quebra tantos paradigmas?

Compartilhe sua experiência conosco!

Marcelo L. Barros

Olá! Sou um cara criativo, curioso e detalhista, que, cada dia, mais se vê interessado em desvendar os mistérios desse "bicho gente"! Comecei minha carreira profissional em 1996, sou formado em Processamento de Dados pela FATEC de Santos. Naquela época tudo o que eu queria ter na minha frente era um computador e uma desafiadora regra de negócio, que se transformaria no melhor programa possível. Mas as coisas mudam! Concluí que quem faz software com qualidade são as pessoas e não as máquinas. Hoje, minha MISSÃO é ajudar pessoas e times a alcançarem seus objetivos, pois acredito que o sucesso pessoal e profissional está ligado a três pilares: FELICIDADE, MOTIVAÇÃO e SENTIDO. Como faço isso? 💡 MOTIVANDO pessoas, fazendo-as enxergar o 💡 SENTIDO das suas ações, que traz 💡 FELICIDADE por fazerem a diferença em suas vidas, suas empresas. Sou formado em Coaching pelo ICC e escrevo artigos sobre Métodos Ágeis, Comportamento, Inovação e Coaching. Vejo no lúdico a forma mais profunda de aprendizado. Procuro sempre conduzir reuniões de forma criativa, que tragam algum tipo de aprendizado aos participantes, seja por meio de dinâmicas de grupo ou jogos em equipe. Neste quesito, desenvolvi um jogo, a "Feijoada Ágil", para ensinar conceitos sobre trabalho em equipe. Se você, como eu, também acredita que eu posso te ajudar, deixe-me saber! Vamos tomar um café e, quem sabe, juntos podemos MUDAR O MUNDO!

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