Texto curtinho para falar sobre a duração das sprints em times Scrum! 🙂
Se aumentarmos a duração da sprint, entregaremos mais software com qualidade!
Sinto muito em decepcioná-los, mas isso não é verdade. Já passei por situações onde não pude fugir de aumentar o timebox da sprint. Em todas, o time não entregou mais; pelo contrário: entregou menos, com menor qualidade e fazendo cosplay da Corrida Maluca nos últimos dias de sprint.
Mas por que isso?
Pra começar, o timebox mais curto das sprints tem um propósito. O trabalho com o qual o time se comprometeu precisa ser desafiador, porém viável e intenso. O tempo curto para gerar incrementos ao produto faz com que haja cadência no trabalho.
It’s psychological!
Quando eu não consigo fazer as entregas e aumento o timebox, não estou fazendo uma mudança, mas me acomodando ao ambiente e a cultura que existe e deixando o status quo exatamente onde ele sempre esteve, só que dentro de uma unidade modernosa chamada sprint. Veja, não digo que todas as sprints do universo precisam ter 5 dias! Sim, é preciso avaliar o sistema para que, justamente, o timebox seja desafiador, porém viável (jamais me canso de repetir isso, pois é um ponto muito importante quando queremos chegar à alta performance).
Se eu acomodo o time em um timebox maior, onde o time se sente absolutamente confortável, eu posso começar a estimular a síndrome do estudante. Como aconteceu no meu caso, quando permiti que os times aumentassem a duração da sprint.
Um sintoma desta síndrome é claramente visto durante as reuniões diárias. No começo da sprint, ninguém tem problema ou impedimento. Ou nada é considerado um problema ou impedimento. Por que o ser humano tem fé em que dias melhores virão e que as coisas vão se resolver. E muitas vezes não se resolvem.
Burndown é outro ponto onde podemos identificar claramente a síndrome do estudante. Se as tarefas são entregues mais para o fim da sprint, é sinal que as pessoas estão confortáveis no começo e, talvez, desesperadas no final. É o burndown abismo nascendo.
O bom agilista (seja lá como você chama o papel na sua empresa) observa também a “dança” do time durante a sprint. Nos primeiros dias, a galera até joga uma partida de FIFA. Nos últimos, almoçam na mesa enquanto trabalham.
Isso é insustentável!
Bom mesmo é quando o time consegue acomodar a dor e a delícia de rodar Scrum durante toda a sprint! Bom mesmo é quando o ritmo se mantém sem “barrigas”.
E como conseguir o tempo ideal pra uma sprint? Através de experimentação, realizando o acompanhamento de indicadores do time e observando o comportamento das pessoas em toda a sprint.
Desafiador, porém viável! It’s psychological!