Por: Cris Molnar
Comecei a trabalhar com Métodos Ágeis em 2011 e, depois disso, por mais de uma vez tentei emplacar esse modelo de gestão que eu já havia testado e aprovado para desenvolvimento de software, na minha rotina do Mercado Publicitário, no entanto, pouco se falava sobre o assunto e toda tentativa sempre esbarrava em dois principais aspectos: formato de venda e relação/cultura do cliente x agência.
Para que o cliente comprasse a ideia do novo modelo, seria necessário enxergar valor agregado, mas a cultura não permitia essa tomada de decisão.
Acontece que agora temos um cenário de expansão do Ágil em grandes empresas, extrapolando o limite das áreas de tecnologia, conforme citado nesse artigo.
Essas empresas representam grande parte dos clientes das grandes Agências de Publicidade, que mal começaram a pensar no assunto.
Agilidade é mudança de mindset
Algumas agências estão integrando os profissionais de diversas áreas em “hubs”, “squads” ou qualquer outro nome que se dê à um grupo de pessoas capacitadas para diferentes disciplinas agrupadas de forma a facilitar a comunicação. Vemos post-its à mostra numa tentativa de tornar a gestão visual das iniciativas mais fácil.
Mas o Ágil em sua essência, é muito mais que processo. É entregar para o cliente final, a experiência mais WOW possível, seja para um produto, serviço ou campanha usando um conjunto de técnicas e processos ágeis que são somente ferramentas para gerar o mais importante: agilidade na resposta da necessidade do mercado.
Saímos então do modelo antigo onde depois de um brief ~isso tem que acabar~ , várias e várias etapas aconteciam para gerar um entregável.
Nesse novo modelo um conjunto de pessoas capacitadas se une para pensar na melhor experiência para o cliente final, que é envolvido e ouvido sempre e, à partir daí, toda a equipe cria, desenvolve, publica, mensura e principalmente responde ao resultado obtido com um novo incremento, trabalhando em ciclos curtos e iterativos com períodos pré determinados.
O resultado é mensurado constantemente e o futuro da campanha, produto e serviço é adaptado de forma ágil, sempre com foco a melhorar a experiência esperada pelo cliente final e consequentemente, o resultado.
Essas técnicas seguem os três principais pilares da Agilidade: Transparência, Inspeção e Adaptação.
E os times, estão preparados?
Existe um desafio na formação de times ágeis para as agências: encontrar ou capacitar os profissionais que sejam experts em suas respectivas áreas para esse novo pensamento, no entanto, a boa notícia é que grandes escolas do mercado já estão se preparando para isso:
– Na EBAC o método Agil é fortemente abordado no Curso de Direção de Criação Digital, do qual tenho o prazer de integrar o time de professores.
– É só olhar o site da ESPM e fazer uma busca por “Agile” para ver que, pela primeira vez o assunto surge forte no mercado da propaganda e marketing.
Além de tantas outras grandes instituições que já estão falando de Design Thinking, Sprint Design e Agile, entre outras técnicas que começam a fazer parte da rotina publicitária.
Para todos os meus amigos do mercado, o meu ponto é: se tem um momento para descobrir uma nova forma de fazer as coisas incríveis que sempre fizemos e assim torná-las mais eficientes, esse momento é agora.
Esse é o maior movimento de mudança que eu já presenciei nesses meus quase 15 anos de mercado.
Great times are coming!