A forma como os projetos são desenvolvidos tem mudado bastante. Isso é extremamente positivo, pois estar aberto às mudanças é um grande passo para tentar acertar. Afinal, não há nada mais errado do que esperar resultados diferentes agindo da mesma forma, não?
As empresas também têm passado por um grande momento de transformação. A forma como elas são administradas têm sofrido adaptações para responderem mais rapidamente ao mercado, que também tem mudado com uma rapidez espantosa.
Estar preparado e aceitar este processo de inspeção, adaptação e mudança é o grande diferencial hoje em dia. Sobrevive quem se adapta. Fato!
Nem sempre mudar é fácil, ainda mais quando falamos de gestão ou processos. Afinal, é como as pessoas aprenderam a trabalhar e se comportar. Mudar significa tocar na cultura destes ambientes. E, quando isso acontece, é muito comum que exista algum tipo de resistência, em algum nível.
Saber lidar com resistências é fundamental para que as mudanças aconteçam de forma satisfatória. Agile Coaches, enquanto agentes de mudança precisam ter ferramentas para lidar com mudanças e a expectativa das pessoas. É preciso deixar tudo muito claro para evidenciar que estamos ajudando e não contra as pessoas.
Se você já facilitou qualquer processo de mudança, sabe muito bem do que estou falando.
Pensando um pouco sobre isso, estudei um pouco do trabalho de John Kotter, professor de Comportamento Organizacional e Recursos Humanos na Harvard Business School. Altor de vários best sellers, Kotter diz que o papel primário do líder é produzir mudança, atuando, basicamente, em três frentes:
- Estabelecer direção estratégica;
- Comunicar metas;
- Motivar e inspirar as pessoas.
Os 8 passos de Kotter para mudanças de gestão
Apesar de estes passos terem sido criados há mais de duas décadas, seus conceitos são fundamentais para líderes e liderados lidarem com mudanças.
Criar senso de urgência
Todos os envolvidos, em todos os níveis devem compreender as razões da mudança e a importância de tomar ações instantaneamente. Mostrar os impactos (tanto da mudança quanto da não-mudança) e o sentido das coisas desperta a motivação das pessoas para agirem juntas, com um mesmo objetivo.
Formar uma aliança
É necessário identificar as pessoas chave que podem servir como formadores de opinião e agentes de mudança. Isso não significa, de forma alguma, que esta seja uma decisão hierárquica. Ter influenciadores em todos os círculos auxilia a identificar desafios e resistências, potencializando ações específicas.
É como eu sempre digo… Quando um novo líder chega na empresa, ele não deve ser apresentado por outro líder à equipe, mas sim por alguém que tem a confiança das pessoas.
Criar uma visão
Obviamente, qualquer mudança concorrerá com muitas questões prioritárias dentro da empresa. Lembre-se que a mudança é, para a organização e suas pessoas, um meio e não um fim. Sendo assim, ter uma visão que compartilhe os valores da mudança de forma objetiva permite que as pessoas entendam o que deve ser feito no dia a dia para se adequar ao novo cenário.
Investir na comunicação
Criada a visão e os valores da mudança, é necessário compartilhar de forma clara com todos os envolvidos, em todos os níveis. Tudo o que não queremos em um momento de mudança é ter mensagens corrompidas por interpretações individuais. A clareza na comunicação é a grande arma contra a resistência.
Empoderar a base
Barreiras devem ser eliminadas para que as novas soluções não tenham empecilhos. Dar poder para as pessoas, para que elas possam agir faz com que as coisas fluam de forma mais natural. Se você já passou por uma transformação ágil, já deve ter visto pessoas que não agiam simplesmente por que não estavam empoderadas ou por que o poder de seus líderes ainda era algo ameaçador.
Empoderar a base significa encorajar a aceitação da visão de todos, em todos os níveis. Permitir a colaboração é fazer sentido e cria a sensação de pertencimento nas pessoas.
Criar metas de curto prazo
Não adianta muito implementar uma série de mudanças e dizer que um dia elas trarão resultado. Perceber o progresso cria times mais motivados quase que instantaneamente. Por isso, é fundamental criar metas de curto prazo com o intuito de comemorar os objetivos alcançados o mais breve possível.
Isso significa que é preciso planejar as mudanças através de priorização de iniciativas. Mesmo que pouco a pouco, vendo resultados constantemente celebrados as pessoas tornam-se mais motivadas para ajudar e as resistências são neutralizadas.
Manter o ritmo
Mesmo com metas de curto prazo, não se deve esquecer de metas maiores. Não perca o foco das mudanças estruturais profundas, pois elas sustentam o processo de melhoria contínua.
Tornar a mudança parte da cultura
Crie conexões entre novos comportamentos e o sucesso da organização, assegurando que eles continuem até que se tornem fortes o suficiente para substituir antigos hábitos. Esta é a forma pela qual uma cultura se manifesta: novos comportamentos são repetidos até se tornarem hábitos, que são incorporados à cultura.
Todos estes passos conectados ajudam agentes de transformação com as mudanças. Trabalhar com mudanças não deve ser algo desconexo, fundamentado em práticas apenas. É preciso amarrar muito bem todo o processo, apoiando tudo em pessoas motivadas, que entendem e compram os objetivos.
É assim que verdadeiros agentes de mudança trabalham.
Use estas dicas no seu processo de transformação, seja ele qual for, e depois conte pra gente como foi o andamento. Mudar não é fácil, mas pode ser muito prazeroso.
O meu desafio hoje é mudar completamente a forma de trabalhar da empresa onde estou. Tenho usado a maioria dos itens que você comentou aqui, mas, no último minuto, a liderança (acima de mim) evade e volta a velhos hábitos. Mas não desisti: Dei coaching para a equipe inteira e pedi que, se eles quisessem mudança (e querem), que me ajudem a influenciar a liderança, como um caminho sem volta.
Meu time foi instantaneamente motivado e a qualidade das entregas subiu. Mas essa liderança acha que: 1. Foi mágica, 2. Eles estão pagando e as pessoas finalmente entenderam o que tinham que fazer
às vezes nem a minha resiliência aguenta viu! Mas vamo que vamo.
CurtirCurtir
Este é o grande desafio: fazer com que a liderança pare de intervir no primeiro desafio. São como pais superprotetores, que ficam em cima dos filhos e nao querem.deixar que eles ralem os joelhos
CurtirCurtir
Obrigado pelo seu comentário! Nao desista! Tenho certeza que você consegue! Abraços
CurtirCurtir
Muito bom o artigo! Abraço.
CurtirCurtir
Obrigado, César! Fico feliz que tenha gostado! Abraços e continue participando do blog
CurtirCurtir