Dinâmica do Vagão: Adaptada para uma nova realidade.

Salve galera!

Estou escrevendo pela primeira vez aqui no blog a convite do grande amigo e mestre (Marcelo L. Barros) e quero compartilhar com vocês uma dinâmica que criei há um tempo atrás (quando atuava como Scrum Master na Lambda3) e que tive a oportunidade e prazer de poder auxiliar uma equipe que não possui SM na Dextra (meu novo emprego).

Let’s go! Quando criei a dinâmica do Vagão, pude aplicá-la no time que estava em um momento meio que “nebuloso” pois ao mesmo tempo que estávamos tranquilos tínhamos momentos bastante turbulentos. Pois bem, o conceito da dinâmica é: Dado que o time seja um trem com vagões, de forma colaborativa o time deve desenhar uma ferrovia que remeta ao período da sprint até chegar ao trem. Para isso temos algumas regras na utilização dos elementos que são: Retas (Período tranquilo sem maiores problemas), Curvas (Problemas encontrados pelo time na iteração que ocasionou desvios), Estações (Acontecimentos bons ou ruins), Cruzamentos (Interação junto a outros times ou fornecedores), Semáforo (Demonstra como foi a interação com outros times ou fornecedores, onde Verde (foi tranquila sem problemas), Amarela (Tivemos algum work around na interação), Vermelha (Tivemos impedimentos). Com essas informações o time chegou ao seguinte desenho:

dinamica-vagao-v_1

Foi muito bacana o resultado, até porque foi a primeira vez que utilizei a dinâmica, notem que as estações verdes foram acontecimentos bons e as vermelhas ruins.

Como comentei no inicio do post, fui convidado a facilitar a retrospectiva de um time na empresa onde estou trabalhando atualmente e ao colher informações sobre o time e a última sprint, o GP me passou que o time é recém formado para atender um cliente em potencial, boa parte dos membros do time são novos de empresa e estão vindo de uma sprint extremamente cansativa (repleta de horas extras), além de estarem atuando num produto que não é nosso e que em conjunto com outro fornecedor.

Com as informações em mente eu pensei: “Porque não utilizar a dinâmica do Vagão de forma que olhamos para trás e fazemos um team building?”, foi ai que juntamente com uma dinâmica de quebro gelo voltada para o trabalho em grupo eu fiz alguns ajustes na dinâmica do Vagão.

Após setarmos o contexto da retrospectiva, tirei todos os participantes da sala (8 pessoas) e levei para um espaço maior onde dei um pirulito na mão direita de cada um, pedi para formarem um grande círculo e com a mão direita estendida, mão esquerda para trás, eles teriam de abrir o pirulito e colocá-lo na boca, porém para isso não poderiam dobrar o braço direito e poderiam apenas virar para seu lado direito. Foi bem engraçado ver a reação das pessoas em tentar abrir os pirulitos sem ao menos pararem para pensar um pouco na forma como fariam este “trabalho”. Após aplicar a dinâmica (Apenas alguns foram pirulitos abertos) voltamos para sala e expliquei a dinâmica do Vagão para o time já com algumas adaptações da anterior.

Retas: Período tranquilo da sprint, sem interação junto a outros times / fornecedores. Curva: Período ruim, em que o time teve de contornar alguma situação ou sentimentos ruins do time. Estações: momentos que o time ficou bloqueado por algum motivo. Cruzamentos: interação com outros clientes / fornecedores. Semáforo: como ocorreu a interação, onde Verde foi boa sem problemas, Amarelo tivemos pontos de atenção na interação e Vermelho tivemos algum fator de desconforto para o time na interação.

O legal da adaptação da dinâmica para “essa nova realidade” foi poder sentir o engajamento do time em recordar os acontecimentos e quando uma pessoa não citava algo importante que aconteceu, outra pessoa que se recordava fazia questão de relembrar e passar um overview do acontecido.

Obtivemos o seguinte resultado:

dinamica-vagao

Um dia após a retrospectiva perguntei ao time o que eles achavam da representação da sprint deles e a resposta foi a seguinte: “Nosso time foi montado as pressas, estávamos trabalhando num ritmo alucinante repleto de horas extras, reuniões a noite e todos estávamos correndo feito loucos para alcançar a meta.”

Conclusão:

Foi bacana poder aplicar algo novo para um time que foi formado as pressas e vinha de um período alucinante de trabalho, além de nem todos conhecerem retrospectivas e/ou conhecerem apenas “O que foi bom / O que foi ruim”.

E é isso galerinha, essa foi minha segunda experiência com essa dinâmica e caso alguém venha utilizar ou aperfeiçoar conte-me o resultado.

3 comentários

    • O Vagner é um ótimo profissional! Foi muito legal estar por perto quando ele pensou nessa dinâmica! Logo, logo ele volta com mais “causos” pra contar pra gente! 🙂 Obrigado, mais uma vez, por participar do Agile Momentum!

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