Mulher, Mercado e SORORIDADE

No último dia 21  eu fui convidada para uma TED no evento Café com Projetos ao lado de 4 mulheres incríveis onde falamos sobre a posição da mulher no mercado de trabalho.

Os temas eram complementares, vimos que todas as palestrantes passaram, em algum momento da vida, pelas mesmas situações como mulheres inseridas no meio profissional. E estávamos lá, juntas, nos apoiando, transmitindo e ganhando conhecimentos. Momento muito aderente ao tema que escolhi para falar: SORORIDADE.

Para começar, vamos falar de como está o cenário atual do mercado de trabalho para as mulheres:

Mas o mais perturbador é que, ao preparar essa palestra, conversei com diversas mulheres para que eu pudesse contar experiências distintas. E essas conversas foram reveladoras, abaixo algumas das frases que captei nas entrevistas.

Não vivi muitas situações como essas e as que vivi não foram tão descaradas e nem tão impactantes,  de um mo geral, trabalhei em empresas que pregavam a igualdade e com homens sempre muito respeitosos, mas esse cenário existe e eu vi algumas mulheres se emocionarem durante o relato.

É possível mudar esse cenário!

Sabemos o princípio básico para a mudança, que é sobretudo, cultural:

  • Na educação: capacitação de professores para não replicar as diferenças.
  • Em casa: fomentar uma divisão mais igualitária nas responsabilidades domésticas entre homens e mulheres.
  • Nas empresas: promover a contratação de mulheres para cargos não tradicionais e para postos de liderança.

Mas entre todas as opções, existe uma na qual eu acredito muito: SORORIDADE

Os homens facilmente trabalham em conjunto, a união das pessoas as faz mais forte, isso é comprovado.

Segundo Lola Aronovich, professora do departamento de línguas estrangeiras da Universidade Federal do Ceará e autora de um dos maiores blogs feministas do Brasil, o Escreva Lola Escreva, sororidade “vem de ‘irmãs’ e vai contra esse mito de que as mulheres não podem ser amigas”.

“Os homens podem competir por milhares de coisas, mas para as mulheres pega mal ser competitiva no trabalho. Então sobra para as mulheres competirem por homens, para agradá-los ou conquista-los. E isso é uma é uma estratégia para manter as mulheres desunidas”, diz.

Por conta disso, a noção remete à uma união maior entre as mulheres, não contra os homens, mas contra a ideia de que eles não podem ser próximas umas das outras sem interesses que digam respeito à eles.

“Existem pesquisas de linguística falando que como o homem é um ser valorizado na sociedade, o que ele diz, o que ele pensa, é muito mais bem visado do que uma mulher diz, pensa ou escreve. E nós mesmas fazemos isso [em relação aos homens e umas com as outras]”, continua.

As mulheres precisam se apoior na busca por seus lugares e pequenas atitudes do dia-a-dia, podem ajudar.

  • Dar voz a outras mulheres: sabe aquele homem que vive interrompendo a fala de uma colega sua? PEÇA a atenção dele.
  • Corte comentários que denigram a imagem de mulheres líderes: não permita que lideres sejam taxadas de surtadas ao serem incisivas, não permita associações do seu temperamento com o fato dela ser mulher. INTERFIRA.
  • Apontar sempre que homens e mulheres forem julgados de maneira diferente, se isso for evidente.
  • Defender o direito à maternidade: vamos lembrar aos colegas, que para eles terem um filho suas esposas precisaram entrar em licença. Que tal?
  • Pontuar e mostrar quando uma mulher não enxerga que sofre abuso ou opressão: sabe aquela colega que tem jornada dupla porque o marido não ajuda em nada? Invista uns minutos do seu dia dizendo o quanto isso é prejudicial para o seu desempenho e para a sua vida: ORIENTE.
  • Aculturar outras mulheres sobre a importância de sua participação no mercado: as mulheres tendem a achar que seus empregos são menos importantes que o de seus maridos, assim como suas aspirações profissionais, mostre que não importa o cenário no qual essa mulher cresceu, suas crenças sempre podem mudar: INFLUENCIE.
  • Peça ao RH para avaliar a mesma quantidade de homens e mulheres qualificados para uma mesma vaga. Dê AS MESMAS CHANCES.
  • Não reforce a crença errada de que mulheres são sempre rivais e estão competindo entre si. Corte esses comentários. DESCONSTRUA.

Recomendo a todos os interessados pelo assunto o livro da Shery Sandberg: Faça acontecer: Mulheres, trabalho e a vontade de liberar.

Sheryl Sandberg, COO do Facebook, criou uma comunidade que ela chama de Lean In, algo como ‘apoiem-se’, em português. A ideia é, justamente, fazer com que mulheres se unam e encontrem um apoio mútuo para enfrentarem as dificuldades e os abusos que passam na vida moderna. Aí está, basicamente, definido o conceito de sororidade.

E por fim, lembre-se sempre que a busca por igualdade e equidade é diária e que juntas, somos muito mais =)

Sobre o Autor:

Cris Molnar estudou Design Digital e Comunicação Visual e atua na área digital há mais de 12 anos, tendo passado por várias frentes: criação, desenvolvimento de interface, AI, Análise de Negócios e Marketing Digital até se apaixonar por Gestão de Projetos, área na qual atua há 7 anos.

Atualmente é Diretora de Projetos na Agência Lov e adora tecnologia, comunicação e especialmente, o desafio de unir ambas em projetos sensacionais.

Na vida pessoal é esposa, amiga, filha, mãe de dois pets, super desdobrável e muito realizada. Apaixonada pela vida.

LinkedIn: br.linkedin.com/in/crismolnar/

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