Agile Coaching: acordando o Gigante

Image courtesy of FreeDigitalPhotos.net
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Depois de um bom tempo aprendendo muito com todos os leitores do Agile Momentum, hoje vamos conversar um pouco com nosso herói, Cody! Ele tem uma experiência muito rica para compartilhar com todos nós!

Cody foi presenteado com uma gratificante missão: treinar a nova Dona de Pontes do Bando dos Castores, Cyndi! Depois de aprender tanto com nossas experiências, Cody sentia-se preparado e empolgado por passar todo este conhecimento adquirido!

Vamos conversar com nossa estrela, pra saber como foi a experiência!

[Agile Momentum]: Então, Cody, como você recebeu a notícia da vinda de uma nova Dona de Pontes para o Bando?

[Cody] Foi muito bem vinda! A Cyndi foi escolhida dentro do nosso próprio Bando, para assumir um novo desafio! Gosto disso no Senhor Ruffos, de olhar para dentro do Bando, identificar talentos e desenvolve-los, antes de procurar Castores Prontos em outros Bandos. Para mim, como Treinador Ágil é um pouco mais difícil trabalhar com uma tela em branco, pois não existem experiências anteriores para se buscar insights. Mas, conseguindo puxar este fio, é algo muito recompensador.

[AM] E como foi sua abordagem para começar a trabalhar esta tela em branco?

[Cody] Foram três fases! A primeira foi um treinamento. Reservei uma toca para conversar com a Cyndi e abri esta conversa para todos aqueles do Bando que quisessem reciclar seus conceitos.

[AM] Então não foi uma turma formalmente montada?

[Cody] Não! Não gosto de trabalhar com a obrigatoriedade! Obrigar alguém a fazer qualquer coisa é meio caminho andado para que esta coisa seja feita com má vontade e 1/3 de caminho andado para que dê errado! Todo mundo no Bando tem responsabilidade o suficiente para identificar suas necessidades. Cabe a mim, como Treinador, estar aberto e sempre pronto para prover o conteúdo que precisarem. Lógico que isso não significa largar a coisa e esperar que me peçam algo. Sempre crio oportunidades como esta, para estimular o Bando a pensar.

[AM] E quais foram as outras fases?

[Cody] Não sou o tipo de castor que pega na mão e desenha o caminho das pedras! Prefiro criar um ambiente controlado e seguro para que se possa pensar, experimentar. E até errar, por que não? Acredito que a melhor forma de ajudar alguém é ajuda-lo a pensar. Sendo assim, marquei algumas sessões individuais (não abertas) para tratar de assuntos específicos. Usei muito de coaching nessas sessões.

[AM] E como foram essas sessões? Pode nos dar um exemplo?

[Cody] Bom… Entrar em detalhes seria expor nosso negócio. Mas posso falar em linhas gerais… Logo no começo, estávamos com um novo projeto, uma nova ponte. Tínhamos várias ideias. A primeira missão foi fazer a Cyndi conhecer este produto, esta ponte e todas as vantagens que ela traria para o nosso bando. Junto com o bando, já havíamos feito algumas sessões de brainstorming para a ponte. Faltava a Cyndi comprar a ideia, compreender a ideia. Numa destas sessões de coaching, pedi para que a Cyndi descrevesse todas as vantagens da nova ponte. Terminada a descrição, pedi para que ela me usasse como um investidor, que ela teria que vender a ideia, convencer a financiar o projeto. Fizemos algumas tentativas bem interessantes, os pitches foram ficando cada vez melhor. E só saímos da Toca quando concordamos que o discurso estava realmente bom.

[AM] Interessante! Estamos todos curiosos para saber qual foi a última fase do processo!

[Cody] Chamo essa fase de “se vira”! Hahaha… Mas tem uma ciência por traz disto! Quando temos alguém disponível a orientar, corremos o risco de cair na zona de conforto e não dar um passo sem antes validar. Depois da orientação inicial, decidi “fechar a toca” para que a Cyndi pudesse tomar suas próprias decisões! Não teria conhecimento se ela não experimentasse ou erasse. Foi o que eu disse sobre ter um ambiente controlado e seguro. Nesta fase eu agia muito pontualmente. E, às vezes, pra “dificultar” as coisas, eu me comportava como “advogado do diabo”. Mas sempre com a intenção de fazer o aprendizado emergir, fora da zona de conforto. Às vezes era um pouco difícil ser o bad boy, mas eu realmente tinha que acreditar que a Cyndi seria capaz de resolver os problemas.

[AM] E teve alguma ocasião em que teve que intervir para resolver algum problema? Como foi?

[Cody] Sim! Não se pode ser mau o tempo todo! Uma situação interessante que fui procurado pela Cyndi foi quando ela me disse “Eu não sei priorizar as coisas! Pra mim, tudo é importante!”. Identifiquei aqui uma boa oportunidade de coaching para emergir aprendizado.

[AM] Conta mais!!

[Cody] Fizemos uma sessão de coaching! Fizemos dois espaços para analisar dois problemas. Aliás, não eram problemas! Um problema que nosso Bando tem é que, quase nunca, recebemos problemas para resolver; recebemos demandas para atender, por que os usuários “sabem” exatamente o que querem para resolver seus problemas. E isso não é verdade, sempre. É necessário pensar fora da caixa para inovar. Bem… Então, primeiro, pedi para que a Cyndi esquecesse a demanda como foi solicitada e se concentrasse nos problemas que teríamos que resolver. Pedi pra ela escrever todos estes problemas. Depois, pedi que escrevesse em outro espaço todos os que seriam beneficiados pela resolução daqueles problemas. O passo seguinte foi escrever as possíveis soluções para os problemas propostos: deixei claro que esta etapa pode contar com mais pessoas, num brainstorming. Com base no conhecimento de negócio da Cyndi, pedi para que ela escrevesse as desvantagens de cada uma das soluções propostas (ela havia dado algumas ideias) e que escolhesse a melhor solução, que seria adotada pelo Bando. Aí chegou a vez de mensurar o ganho para o Bando: será que aquela solução traria algum lucro? Por outro lado, qual o custo disso? Seria algo muito complexo, que demandaria uma equipe muito grande e muito tempo? Por fim, pedi para ela escrever formas de medir, depois de pronto, se o projeto trouxe o resultado esperado. Foi interessante o resultado!

[AM] Sim, interessante! Isso parece o Lean Canvas!

[Cody] Sim! Uma forma simplificada do Lean Canvas! Não importam os nomes, os modelos prontos; o que importa são os resultados! Fizemos esta mesma análise para dois problemas propostos. Primeiro, identificamos que a solução proposta pelo cliente do Bando não seria a mais ideal, o que já foi um resultado extraordinário! No fim, fiz a seguinte pergunta: com base nisso tudo, quais dos problemas é mais viável que se resolva primeiro? Por que?

[AM] E ela conseguiu priorizar?

[Cody] Sim! Mas ainda não tinha caído a ficha! E aí vem a parte mais gratificante de ser Treinador do Bando! Eu disse assim: “você acabou de me dizer o que tem que ser feito, em que ordem e por que. O que é mesmo que você tinha me dito que não sabia fazer?”

Há algum tempo tive a oportunidade de ser o Agile Coach de um Product Owner inexperiente, alguém com um amplo conhecimento de negócio, mas pouco ou nenhum conhecimento de Scrum ou TI. Gosto de empresas que procuram desenvolver talentos internamente, antes de procurar profissionais prontos no mercado! E, pra mim, participar desta evolução é muito gratificante.

A estratégia que segui foi a mesma que o Cody seguiu nesta situação. Quando perguntei ao meu Product Owner “O que é mesmo que você tinha me dito que não sabia fazer?” eu recebi a melhor recompensa de todas: ela olhou pra mim e disse:

Posso te dar um abraço?

E é por isso que eu amo ser Agile Coach. É por isso que escolhi esta carreira! É por isso que eu investi em uma formação em Coaching. É muito gratificante ver que todos nós temos um grande potencial adormecido dentro de cada um. É gratificante ver este potencial florescer no decorrer de um trabalho sério de muita dedicação, por mais que seja visto como o bad boy em alguns momentos.

Mas, como disse o Cody, existe uma ciência nisso! E funciona! E eu me sinto muito bem em dizer que eu posso proporcionar este tipo de transformação em pessoas e times, usando meu método!

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Marcelo L. Barros

Olá! Sou um cara criativo, curioso e detalhista, que, cada dia, mais se vê interessado em desvendar os mistérios desse "bicho gente"! Comecei minha carreira profissional em 1996, sou formado em Processamento de Dados pela FATEC de Santos. Naquela época tudo o que eu queria ter na minha frente era um computador e uma desafiadora regra de negócio, que se transformaria no melhor programa possível. Mas as coisas mudam! Concluí que quem faz software com qualidade são as pessoas e não as máquinas. Hoje, minha MISSÃO é ajudar pessoas e times a alcançarem seus objetivos, pois acredito que o sucesso pessoal e profissional está ligado a três pilares: FELICIDADE, MOTIVAÇÃO e SENTIDO. Como faço isso? 💡 MOTIVANDO pessoas, fazendo-as enxergar o 💡 SENTIDO das suas ações, que traz 💡 FELICIDADE por fazerem a diferença em suas vidas, suas empresas. Sou formado em Coaching pelo ICC e escrevo artigos sobre Métodos Ágeis, Comportamento, Inovação e Coaching. Vejo no lúdico a forma mais profunda de aprendizado. Procuro sempre conduzir reuniões de forma criativa, que tragam algum tipo de aprendizado aos participantes, seja por meio de dinâmicas de grupo ou jogos em equipe. Neste quesito, desenvolvi um jogo, a "Feijoada Ágil", para ensinar conceitos sobre trabalho em equipe. Se você, como eu, também acredita que eu posso te ajudar, deixe-me saber! Vamos tomar um café e, quem sabe, juntos podemos MUDAR O MUNDO!

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