O profissional do século XXI é criativo e inovador, na forma como trabalha e também como aprende. O Learning 3.0 dá significado e importância para as experiências e ideias do homo digitalis, que vê na colaboração a grande saída para a resolução de problemas e inovação

Nas últimas semanas estou bem ausente aqui do Agile Momentum e devo todo o movimento aos brilhantes colaboradores, que têm mandado artigos super interessantes. Tenho dedicado todo meu tempo extra a mais um projeto paralelo, que me conferiu o título de Facilitador Learning 3.0. Mas o que é esse tal de Learning 3.0 e pra que serve? Neste post, originalmente publicado no Portal Administradores, explico um pouco sobre a aprendizagem colaborativa.
Antigamente, quando a empresa tinha algum problema, ela contratava um consultor especialista, que ficava alguns dias entrevistando as pessoas, fazia um diagnóstico, fechava todo mundo numa sala e apresentava a (sua) visão do que solucionaria o problema proposto. Essa solução deveria ser seguida à risca por toda a equipe e, caso não funcionasse, ou era problema do pobre consultor, que saía da história completamente queimado no mercado, ou algum grupo da empresa gerou uma resistência à solução.
Vamos voltar nossa atenção ao grupo dos resistentes. A resistência não nasce somente pelo simples fato de não querer que as coisas funcionem. Essencialmente, a resistência nasce por que não concordamos com alguma coisa e, principalmente, por que acreditamos que temos capacidade de oferecer uma solução para o problema.
O mercado de trabalho está sendo tomado por uma nova geração, a Geração Z. O “homo digitalis“, como costumo chamar, foi criado desde cedo com vários recursos tecnológicos, que transformaram completamente sua personalidade, em relação à geração anterior.
Extremamente conectado, o homo digitalis aprendeu desde cedo com a web a compartilhar arquivos, comentar e curtir fotos e posts de amigos e conversar de maneira rápida e objetiva. Desta forma, as pessoas desta nova geração se julgam perfeitamente capazes de resolver seus problemas através da troca de experiências. Por isso, a figura do consultor com um pacote de soluções não é muito bem-vinda para eles.
Não sou contra consultores, pelo contrário! Acho seu papel fundamental! Mas acredito que um consultor, nos dias de hoje, ao invés de trazer soluções deva conduzir e provocar as pessoas para que elas mesmas cheguem nas soluções, através da interação umas com as outras.
A aprendizagem colaborativa é uma ferramenta que faz muito sentido para o homo digitalis, pois ele pode levar o seu dia-a-dia ao mundo dos negócios e sentir-se parte do processo, o que traz engajamento com qualquer causa. Aliás, o homo digitalis é conhecido pelo seu alto grau de engajamento. É só fazer uma rápida visita às redes sociais e verificar os comentários sobre um tema: opiniões contrárias e a favor, experiências e ideias. Esse é o novo profissional, que pode e vai transformar o mundo corporativo!
Pensando nisso, surgiu o Learning 3.0 e seu conceito de aprendizado emergente. O que se conhece por aprendizado deixa de ser determinado unicamente por especialistas e passa a emergir a partir de desafios do mundo real. A raiz deste movimento está em promover o confronto (no bom sentido) de várias perspectivas.
Da mesma forma que o homo digitalis compartilha músicas e vídeos, para aprender, ele compartilha suas ideias e experiências, em um processo inclusivo!
Mas como o Learning 3.0 pode promover o aprendizado emergente? Uma das ferramentas que proporcionam a colaboração na solução de problemas é chamada Learning Canvas, que vou explicar de forma resumida a seguir.
O Learning Canvas possui três papéis:
- o Asker, que é a pessoa que está passando por um problema, sente as dores e tem um sonho de um futuro melhor (mas não sabe como chegar lá);
- os Sharers, que é um grupo de pessoas que está ali para compartilhar ideias e experiências; e
- o Facilitador, que é quem orienta os participantes durante a sessão de Learning Canvas.
Os Sharers devem compartilhar, em momentos distintos, experiências e sugestões para eliminar o problema do Asker. Mas por que fazer uma sessão como essa, num ambiente assistido por um facilitador? Por que o Facilitador cuida para que não sejam impostas soluções: a solução deverá emergir através da conexão entre as experiências, ideias e insights que surgirem durante a sessão.
O princípio básico destas sessões é que ninguém é dono da verdade e que ninguém pode julgar ninguém, outro ponto que cabe ao facilitador orientar durante o processo. Através do compartilhamento, o aprendizado emerge na sessão, através de um plano de ação traçado pelo Asker.
Uma das vantagens desta forma de aprendizado é justamente a baixa taxa de rejeição do plano de ação: uma vez que o grupo todo fez parte da construção da solução, o engajamento é muito maior. Podemos perceber que o conceito por trás do Learning 3.0 está totalmente alinhado com as expectativas da Geração Z, tornando-se uma poderosa ferramenta para trabalhar com os novos profissionais do mercado.
O homo digitalis alimenta-se de inovação e nada melhor do que o confronto de perspectivas promovido pelo Learning Canvas para que o grupo re-invente sua realidade e tenha comprometimento com o futuro que ele próprio ajudou a construir.
Entenda no vídeo abaixo como funciona uma sessão de Learning Canvas, com Alexandre Magno, pai do Learning 3.0 e a galera da Adaptworks! Você pode baixar o Learning Canvas e o paper explicativo aqui; e, para ficar ligado em tudo que rola sobre essa revolução, assine o newsletter e leia os artigos do blog.