
“Não tem mais gerente! Uhuuuuu!”
Grande notícia, não é mesmo? Mas por que existe uma espécie de “trauma” envolvendo essa figura? Segundo a Wikipédia, gerente é o indivíduo responsável pelo planejamento e controle da execução dos trabalhos de seus subordinados no dia-a-dia. Ou seja, esse é “O Cara”! O cara que pensa em tudo, planeja tudo e controla tudo! um grande chato, na verdade!
Então vieram as metodologias ágeis; o Scrum; o Scrum Master, o Product Owner… Os times auto-organizados! Autonomia! E cortem a cabeça de todos os gerentes!
Certamente iniciar uma cultura com este tipo de valor é mais fácil do que todo o processo de transição do modelo comando-controle para a autonomia de times. Quando se vêem nesta nova realidade, alguns times tendem a confundir liberdade com libertinagem; individualidade com individualismo.
Individualidade é parte da sua identidade; individualismo faz seu time ir para o buraco em dois tempos! Times auto organizados são desprovidos de egos e o interesse comum é maior que o interesse individualista. Não existem indivíduos cuja opinião tenha mais ou menos peso.
Em times ágeis as pessoas ganham, sim, mais de liberdade, no sentido em que podem expressar melhor sua individualidade: cada membro é livre para pensar, opinar, discordar e até concordar com ideias. O que não pode acontecer, em hipótese alguma, é que os interesses individuais se sobreponham ao interesse do grupo, sob a justificativa de que “nós temos a força!”. É preciso ter em mente que a autonomia, o empoderamento foi dado aos times e não aos indivíduos!
Mais ainda: ser ágil não significa que não exista processo!
Qualquer time precisa de algum grau de liderança em algum momento! Para isso existe o Scrum Master, o cara que assegura que as coisas funcionem, sem ser um gerente que planeja, acompanha e define. Longe disso, a pessoa que desempenha este papel (ou papel de liderança do time ágil) deve criar um ambiente em que todos se sintam responsáveis pelo planejamento, acompanhamento e definições de assuntos importantes para o time.
O líder promove a atmosfera de colaboração do time ágil. Cabe a ele identificar os desvios pelo caminho e trazer o time de volta para a estrada, lembrando que estes “desvios” podem ser tanto de processo quanto de comportamento.
Você é esse cara? Parabéns! Quais são os seus maiores desafios? Quais são os interesses que tem maior peso nas decisões do time?
O que o seu time vê quando olha para o espelho? Aliás, este não seria um exercício interessante para vocês?
[…] Quer dizer que “ser ágil” é igual a “não ter processos“? […]
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